o Batismo infantil é biblico?

Por que o Batismo Infantil Não É Bíblico?

O debate sobre o batismo infantil é uma das questões teológicas mais polêmicas entre protestantes e católicos. Neste artigo, vamos abordar por que, com base bíblica, o batismo infantil não deve ser praticado, além de explorar quando essa prática começou a ser adotada na história da Igreja.

O Que a Bíblia Ensina Sobre o Batismo?

O batismo, um dos sacramentos mais importantes da fé cristã, simboliza a união do crente com Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreição. A Bíblia é clara ao demonstrar que o batismo é um ato de fé e arrependimento, reservado para aqueles que compreendem a mensagem do Evangelho e decidem seguir a Cristo. Veja algumas passagens que reforçam essa posição:

Marcos 16:16 – “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.”

Este versículo mostra que a fé precede o batismo. Um bebê não tem a capacidade de crer, pois ainda não desenvolveu entendimento para tomar uma decisão consciente de seguir a Cristo.

Atos 2:38 - "Pedro respondeu: 'Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados.'"

O arrependimento é um pré-requisito para o batismo. Como um bebê pode se arrepender de pecados que ainda não cometeu conscientemente?

Mateus 28:19-20 - "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei."

A ordem de Jesus deixa claro que o batismo deve vir após o discipulado e o ensino. O processo de discipulado exige compreensão, algo impossível para crianças pequenas.

Quando o Batismo Infantil Começou?

A prática do batismo infantil não tem fundamento nas Escrituras e começou a ganhar força somente após o Concílio de Cartago, realizado em 418 d.C. Antes disso, a Igreja primitiva não apresentava evidências claras de que crianças fossem batizadas, e outros concílios, como o de Nicéia (325 d.C.), sequer abordaram essa prática, sugerindo que ela não era amplamente aceita. A partir do século V, com a influência de Agostinho de Hipona, essa prática começou a se consolidar em algumas regiões, especialmente devido à doutrina do pecado original. Nesse concílio, foi declarada a necessidade do batismo infantil como forma de “remover o pecado original”. Essa doutrina foi influenciada pelas ideias de Agostinho, que acreditava que todos nascem com culpa herdada de Adão e, portanto, precisavam de salvação imediata através do batismo.

No entanto, essa ideia contrasta com o ensino bíblico de que o batismo é para aqueles que conscientemente reconhecem a sua necessidade de salvação. Até o Novo Testamento, não há evidência de que os apóstolos tenham batizado crianças.

Argumentos Bíblicos Contra o Batismo Infantil

A Salvação É Pela Fé, Não Pelo Ritual

Efésios 2:8-9 afirma que somos salvos pela graça, mediante a fé, e não por obras ou rituais. Essa passagem se alinha com a doutrina da justificação pela fé, que destaca que a salvação é um dom imerecido de Deus, independente de quaisquer atos humanos. Além disso, ela contradiz a ideia de que o batismo infantil, como um ritual, possa conferir salvação, enfatizando que a fé pessoal e consciente é essencial para o relacionamento com Deus. Um bebê não pode exercer fé.

O Exemplo do Novo Testamento

Todos os exemplos de batismo no Novo Testamento envolvem pessoas que creram primeiro. Em Atos 8:12, por exemplo, lemos: "Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava as boas novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, foram batizados, tanto homens como mulheres."

Jesus Recebeu as Crianças, Mas Não as Batizou

Em Mateus 19:14, Jesus disse: “Deixem vir a mim as crianças, e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas.” Jesus valorizou as crianças, mas não ordenou que fossem batizadas. Em Mateus 19:14, Ele afirma: “Deixem vir a mim as crianças, e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas.” Este versículo destaca que as crianças são valorizadas por sua simplicidade e pureza de coração, qualidades que os adultos devem imitar para entrar no Reino de Deus. Além disso, em Deuteronômio 6:6-7, vemos a instrução de ensinar continuamente os mandamentos de Deus às crianças, reforçando que elas precisam ser discipuladas antes de tomarem decisões espirituais importantes, como o batismo.

O batismo infantil é uma prática que surgiu da tradição humana, não da instrução bíblica. A Bíblia ensina que o batismo é para aqueles que, de forma consciente, creem e se arrependem. Portanto, batizar crianças é desviar-se do modelo estabelecido nas Escrituras. Por exemplo, a prática de batizar apenas aqueles que expressam fé consciente impacta diretamente a forma como as igrejas evangélicas conduzem a evangelização infantil, promovendo o ensino e o discipulado desde cedo para que, no futuro, as crianças possam tomar a decisão de se batizar com entendimento pleno.

É essencial retornar ao padrão bíblico para compreender corretamente os sacramentos e a verdadeira natureza da salvação. Seguindo o ensino das Escrituras, o batismo deve ser apenas para aqueles que escolhem, por fé, declarar publicamente seu compromisso com Cristo.

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