Rei Salomão

Rei Salomão e a Sua Verdadeira História Segundo a Bíblia

Salomão foi rei de Israel entre os anos 970 a 930 antes de Cristo. A sua grande obra foi a edificação do primeiro Templo de Jerusalém.

Salomão, cujo nome vem do hebraico “Shalom” que significa paz, era filho de Batsabéia e Davi que reinou durante quarenta anos as doze tribos que formavam o povo hebreu e que se reuniram na região da Palestina.

Os fatos de sua vida estão narrados em livros bíblicos, como em primeira Reis e segunda  as Crônicas

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Rei de Israel

Depois da morte de Davi, seu filho Salomão subiu ao trono com apenas 20 anos de idade, ungido rei pelo sumo-sacerdote. Apesar de sua juventude, era um sábio conhecido e respeitado em todo o reino.

Diz a Bíblia que “seu coração era cheio de sabedoria”. Que Deus concedeu a Salomão sabedoria e inteligência extraordinárias.

Salomão herdou de seu pai um extenso reino que ia do Rio Eufrates, até a fronteira egípcia. Jerusalém, situada na montanha central do país, que havia sido conquistada por Davi, era a capital de seu reino.

Salomão criou uma administração unitária. Na desértica região do Neguev organizou a exploração de uma mina de cobre (suas ruínas foram encontradas por arqueólogos).

Na margem do Mar Morto, explorava a existência de sal. Promoveu o comércio de cavalos entre Cilícia e o Egito, introduziu no exército os carros puxados a cavalos e estabeleceu uma rede de transportes.

No golfo de Akaba, Salomão construiu o porto Asion-Gueber, próximo de Elat, para comerciar com a Arábia, Etiópia e mesmo com a Índia, que segundo alguns historiadores, o nome bíblico Ofir, corresponde àquele país asiático.

Alguns arqueólogos encontraram ruínas do porto de Salomão na costa do golfo de Akaba, conforme diz a Bíblia, que dá a Israel de hoje o acesso marítimo à África e à Ásia.

Pouco a pouco a riqueza de Salomão aumentava. Tinha enorme palácio em Jerusalém e residência de verão nas montanhas do Líbano.

Seu trono era de marfim, revestido de ouro puríssimo. “Todos os copos de Salomão eram dourados”  de príncipes moabitas, edomitas, hititas e de outros povos que carcavam Judá e Israel.

Salomão, que reinou entre 970 e 930 a.C.,de acordo com o livro dos Reis, chegou a ter 700 esposas princesas e 300 concubinas.

Salomão e sua sabedoria

Apesar de jovem, Salomão era um sábio conhecido e respeitado por toda a região. Até de terras mais distantes vinham nobres e príncipes em busca do conselho de Salomão.

Diz a Bíblia que, de fato, pronunciou 3 mil sentenças. E que ele tratava com a mesma igualdade os seus súditos e os estrangeiros, os ricos e os pobres, os que louvavam a Javé – Deus onipresente dos judeus.

Entre as visitas famosas, conta-se a da Rainha de Sabá. Supõem os historiadores que ela reinava uma região africana nas margens do mar Vermelho.

Os etíopes acreditam que seus imperadores nasceram dos descendentes de Salomão e da Rainha de Sabá.

São estimados em 1 005 os cânticos escritos pelo rei Salomão. Acredita-se que é de sua autoria os livros bíblicos Eclesiastes, Provérbios e  “Cântico dos Cânticos”, além do “Salmo 127”.

Mas só existe certeza quanto aos provérbios, que foram recolhidos pela tradição judaica em um livro depois canonizado como parte do Antigo Testamento.

Foram reunidos em 31 capítulos que contêm 850 versículos, todos louvando o entendimento entre os homens, a justiça, a piedade, a sabedoria e o amor. Entre eles:

  • “Com sabedoria se edifica um lar, com a inteligência ele se firma”.
  • “Não te alegres quando o teu inimigo, nem te regozijes quando tropeçar”.
  • “Quando os justos se elevam, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo suspira”.

A construção do Templo e os outros edifícios do rei Salomão

De todas as construções realizadas durante o reinado do rei Salomão, certamente o Templo em Jerusalém é a mais importante delas. Conforme a promessa do próprio Deus, o rei Salomão executou o projeto de seu pai de construir um Templo para abrigar a Arca da Aliança

Para obter a mão de obra necessária, o rei Salomão recorria ao trabalho forçado. Ele fez colocou os cananeus na condição de escravos do estado de Israel (1Rs 9:20,21). Todavia, o número de trabalhadores cananeus era insuficiente para suprir seus planos, então ele recrutou israelitas para tal tarefa, obrigando-os também a um tipo de trabalho forçado.

Essa medida foi bastante impopular, fato que ficou evidenciado no episódio do assassinato de Adonirão, o superintendente dos grupos de trabalhadores (1Rs 4:6; 5:13-18; 2Cr 2:17,18).

O Templo construído por Salomão ficava localizado no Monte Moriá, o lugar onde o rei Davi havia edificado um altar ao Senhor (2Sm 24:16-25; 1Cr 21:15-25) e provavelmente onde Abraão teria subido com Isaque para sacrificá-lo.

Apesar de Davi ter coletado materiais para a construção do Templo (1Cr 22:2-4), foi no quarto ano do reinado de Salomão que ele começou a ser construído. Mesmo parecendo uma construção com uma dimensão modesta na atualidade, o edifício do Templo representava uma construção grande na época, medindo: 30 metros de comprimento, 10 de largura e 15 metros de altura. Sua construção levou um período de sete anos.

Quando concluiu a construção do Templo no décimo primeiro ano de seu reinado, o rei Salomão planejou uma grande celebração, onde muitos sacrifícios foram oferecidos na dedicação do edifício (1Rs 8-9; 2Cr 5-7).

Dentre os outros edifícios construídos pelo rei Salomão em Israel, podemos destacar 4:

O primeiro é A casa do bosque do Líbano que tinha 50 metros de comprimento, 25 de largura e 15 metros de altura.

O segundo é Um pórtico de colunas medindo 25 por 15 metros.

O terceiro Uma sala para seu trono, onde ele realizava os julgamentos.

O quarto é Uma casa para a filha de Faraó, uma de suas esposas, cujo local possuía a imponência digna de uma filha de um monarca egípcio.

A própria residência de Salomão foi um uma construção considerável, onde acomodava 700 esposas e 300 concubinas, além dos servos necessários (1Rs 11:3). Salomão também edificou Milo, uma enorme fortaleza para proteger o Templo (1Rs 9:24).

A sabedoria do rei Salomão

Em 1 Reis 3 e 2 Crônicas 1 lemos o registro do sonho que o rei Salomão teve, onde o Senhor lhe apareceu e lhe perguntou o que ele mais desejava receber. Salomão poderia ter pedido riquezas, longevidade ou honra, porém o jovem rei pediu sabedoria, isto é, “um coração compreensivo” para poder governar prudentemente o seu povo.

Um dos episódios que mais destaca a sabedoria do rei Salomão é aquele em que duas mães compareceram à sua presença disputando um único recém-nascido. O caso era bastante difícil, pois não havia nenhuma testemunha.

Com muita sabedoria, o rei Salomão propôs que o menino fosse dividido em duas partes para solucionar o problema. Diante da possibilidade da morte de seu filho, a verdadeira mãe preferiu entregar o menino à mulher impostora, e isto fez com que Salomão julgasse aquela causa de forma impecável.

A sabedoria do rei Salomão também pode ser percebida em toda literatura que ele produziu. Salomão compôs milhares de provérbios e cânticos (1Rs 4). A profundidade de seus provérbios também impressiona, de modo que a Bíblia relata que ele discorreu sobre as árvores, os animais, as aves, os répteis e os peixes (1Rs 4:33).

Além dos relatos bíblicos, muitas lendas e documentos da antiguidade se referem a espetacular sabedoria de Salomão. Entre os livros da Bíblia, é atribuído a Salomão a autoria de uma grande parte do livro de Provérbios, bem como Eclesiastes e Cântico dos Cânticos, também chamado de Cantares de Salomão e os Salmos 72 e 127.

A Bíblia diz que a sabedoria de Salomão impressionava de tal modo que vinham pessoas de todos os povos e de todos os reis da terra para ouvir de sua sabedoria (1Rs 4:34). Uma dessas visitas foi feita pela rainha de Sabá, que “veio dos confins da terra” para poder ouvir pessoalmente a sabedoria do rei Salomão (Mt 12:42).

A rainha de Sabá fez muitas perguntas e enigmas a Salomão, e o rei respondeu inteligentemente a todos os questionamentos feitos por ela, deixando-a completamente impressionada (1Rs 10:8). Na ocasião, a rainha de Sabá presenteou o rei Salomão com muitos presentes, além de 120 talentos de ouro (1Rs 10:8-10)

O declínio e morte do rei Salomão

Apesar de toda a sabedoria que tinha, o rei Salomão tomou atitudes que lhe trouxeram problemas, dentre as quais podemos destacar:

  • O trabalho forçado a qual submeteu o seu povo.
  • As práticas comerciais internacionais que de alguma foram fizeram com que a idolatria entrasse no meio do povo pelo contato com outros povos.
  • A pesada carga de impostos que sobrecarregava os israelitas.
  • A intensa poligamia, que foi o principal meio pelo qual outros deuses começaram a ser considerados em território hebreu.

De toda essa lista, certamente sua vida conjugal é a que mais merece destaque, pois além da poligamia praticada por Salomão, suas esposas estrangeiras fizeram com que, em sua velhice, ele praticasse uma adoração mista, seguindo outros deuses (1Rs 11:4).

Para o rei Salomão, o casamento fazia parte de sua estratégia política, ou seja, ele firmava muitas alianças através de seus casamentos. Foi assim que ele atingiu o impressionante número de 700 esposas além de 300 concubinas.

Entres as esposas do rei Salomão estava a filha de Faraó, e, por ocasião dessa união, o Faraó do Egito lhe deu como dote a cidade de Gezer (1Rs 9:16). Algumas tradições árabes, judaicas e etíopes, sugerem que Salomão também teve um relacionamento amoroso com a rainha de Sabá, tendo até mesmo nascido um filho desse envolvimento, Menelik I, fundador da casa real etíope, porém a Bíblia não relata nada acerca disso.

O grave pecado do rei Salomão, ao afrontar a adoração monoteísta em Israel quando começou a seguir outros deuses para satisfazer suas esposas estrangeiras, não poderia ficar impune. Tal comportamento foi reprovado pelo Senhor que, por sua misericórdia e amor a Davi, suspendeu seu julgamento total durante o período de vida de Salomão, ou seja, não lhe tirou o reino, mas após a sua morte o castigo foi derramado e o reino foi tirado de seu filho, na ocasião em que o reino de Israel foi dividido.

Mesmo em vida, Salomão experimentou as ameaças de inimigos levantados por Deus, como Hadade, Rezom e Jeroboão. Esse último era um líder forte e trabalhador que se rebelou contra as políticas do rei Salomão, e nos dias de reinado do filho de Salomão, Roboão, ele dividiu o reino de Israel em duas partes, norte (Israel) e sul (Judá), e se tornou rei sobre as 10 tribos do norte.

Apesar de encerrar sua vida de forma melancólica, deixando um reino desgastado e prestes a ruir, o rei Salomão fez contribuições importantíssimas para Israel, sendo aquele que construiu o Templo, o que colocou Israel no cenário internacional e foi o principal autor da literatura de sabedoria hebraica.

Também é importante mencionar que toda a glória e esplendor do reino de Salomão tipificou o reino eterno do Messias, de forma que o Salmo 72, num frequente uso de linguagem hiperbólica, ao mesmo tempo em que se refere ao rei humano também prenuncia o Cristo.

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